segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O Quarto Poder

 Nesta segunda publicação, com o intuito de indicar um bom filme, comentarei sobre o longa-metragem Mad City (O Quarto Poder), lançado em 1997, sob direção de Costa-Gravas. A proposta do cineasta é relatar as relações capciosas entre o jornalismo e o Show Business. Após assistir, pela segunda vez, me surgiu à idéia de apresentar, aos leitores, um filme que tem tudo a ver com comunicação de massa e sua força perante a sociedade. Vale a pena assistir!!!
Sinopse do filme Mad City (O Quarto Poder)
Em Madeline, Califórnia, um repórter de televisão (Dustin Hoffman) que está em baixa, mas já foi um profissional respeitado de uma grande rede, está fazendo uma cobertura sem importância em um museu de história natural quando testemunha um segurança demitido (John Travolta) pedir seu emprego de volta e, não sendo atendido, ameaçar a diretora da instituição com uma espingarda. Ele nada faz com ela, mas acidentalmente fere com um disparo acidental um antigo colega de trabalho. O repórter, de dentro do museu, consegue se comunicar com uma estagiária que está em uma caminhonete nas proximidades, antes de ser descoberto pelo ex-segurança, que agora fez vários reféns, inclusive um grupo de crianças que visitavam o museu. Em pouco tempo um pedido de emprego e um tiro acidental se propagam de forma geométrica, atraindo a atenção de todo o país. O repórter convence ao segurança que este lhe dê uma matéria exclusiva e promete em troca comover a opinião pública com a triste história do guarda desempregado. É a sua chance de se projetar e voltar para Nova York, mas nem tudo acontece como o planejado. Os fatos são manipulados pela imprensa e tudo sai do controle, pois apenas altos salários e índices de audiência contam e a verdade não é tão importante assim. 
Fonte: Interfilme
    Ao correlacionarmos o filme com a atualidade mundial, podemos considerar a Mídia como o Quarto Poder, devido sua influência sobre as Nações. Essa concepção é notável, principalmente, devido a evolução do principal meio de comunicação de massa – a TV. E, ao trazermos esta definição, “O quarto poder”, para a realidade brasileira, pode-se dizer que não há interpretação melhor, pois mídia hoje é sinônimo de força. Todavia, é válido lembrar que não foi sempre assim. Antes de 1988, a mídia era comandada pela ditadura, a qual, censurava tudo que considerava ilícito às suas regras. Após a gênese da Constituição de 1988, a Lei mãe da República Federativa do Brasil, foi implantado os Direitos Fundamentais da Nação e, dentre outros, delegou a liberdade de expressão e de comunicação, com isso, a Mídia pode obter autonomia, porém, o profissional em comunicação deve considerar a restrição de direitos fundamentais e ponderação de bens e interesses, os quais, muitas vezes, não são respeitadas, pois o propósito da mídia é persuadir a sociedade; mostrar uma realidade distorcida. Atualmente, mencionamos Mídia como o Quarto Poder, por veicular toda a administração do País sob os Três Poderes e a atuação comportamental da sociedade e seus líderes. A mídia possui força política, pois ela pode erguer ou rebaixar a imagem de um político. É esse poder que permitir, ao político, uma maior propagação da sua imagem, sem o qual, com a inexistência dessa publicidade, ele não existiria perante aos eleitores.
    Hoje, a Mídia tomou proporções extremas que, segundo o historiador brasileiro Werneck Sodré, “a liberdade de imprensa, na sociedade capitalista, é condicionada pelo capital, depende dos recursos de que a imprensa dispõe, do grau de sua dependência em relação às agências de publicidade. Isso se torna claro no Brasil, desde a segunda metade do Século XX”. Com esta afirmação de Sodré, junto o enredo do filme Mad City, podemos relatar que a mídia tem força paralela com os Três Poderes. Tudo que passa no Estado Federal é veiculado por ela, que edita de acordo com suas conveniências e transmite a sociedade de forma compacta e até manipulada. A Mídia mostra-se espelho do Governo, mas sabemos que sua atuação tem interesses próprios e, como o filme nos mostra, a mídia televisiva cria e amplia necessidade de consumo, legitimando a ideologia do sistema capitalista, pois a função desse sistema é produzir hegemonia ideológica ou dominação cultural. A mídia televisiva nada mais é que o espelho do capitalismo selvagem que, em troca de dinheiro e audiência, invade a privacidade da população com imoralidades. 

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A aldeia global


     No livro publicado por Marshall Mcluhan, “O Meio e a Mensagem” foi teorizado um termo muito usado no mundo da comunicação: a “aldeia global”. O filósofo explica que o progresso tecnológico reduz todo o planeta à mesma proporção que ocorre em uma aldeia. Por ocasião dos meios de comunicação a sociedade perdeu a noção de tempo e espaço. Houve uma desterritorialização entre os mundos e uma maior possibilidade de se intercomunicar diretamente com qualquer pessoa, independentemente, do local onde vive.

     Ao contrário do que muitos pensam, os meios de comunicação de massa, como a tv ou o rádio, não entram nesse conceito. As formas de comunicação da aldeia são bidirecionais, seja face a face ou mediada, porém somente os meios que possibilitam essa comunicação, como o telefone celular ou a rede mundial de computadores, podem ser responsáveis pela construção do termo.

    Problematizo que essa “aldeia global” facilitou a intercomunicação às distancias. A cada dia, os países vêm se aproximando. Através da modernidade do celular e da Internet é possível comunicar-se com amigos que estão em países distintos, e melhor, por tempo indeterminado e baixo custo. As famosas mídias sociais (twitter, orkut, facebook) nos permitem conhecer pessoas novas e dialogar com elas diariamente. Esse ponto positivo revolucionou a sociedade em termos de progressos sociológicos.

     Mas, essa evolução tecnológica, também trouxe pontos negativos, ou seja, permitiu a aproximação dos mundos, porém nos afastou das pessoas mais próximas. Você já parou para pensar quanto tempo ficas em frente ao computador ou conectada ao celular? Tempo, que, na ausência desses veículos, poderiam estar em diálogo com familiares ou amigos. Atualmente, devido a essa revolução tecnológica, conhecemos e dialogamos com pessoas estranhas, mas não conhecemos o vizinho que cresceu conosco, ou dialogamos com nossos pais ou irmãos. Vale apenas refletirmos até onde essa “aldeia global” nos levará.