O colapso, que evolui desde 2008, vem provocando na Grécia uma revolta nacional. O
país, com apenas 11 milhões de habitantes - número menor que a população da
cidade de São Paulo, beirando seus 19 milhões de cidadãos -, está em uma
absoluta crise financeira, a ponto de cometer um default (calote) e deixar países da União Europeia(UE), como Portugal e
Espanha, em péssimas complicações, podendo atingir até a economia mundial.
Especialistas prevêem cenários, como o de vários países
sendo forçados a cortar drasticamente os seus gastos públicos e elevando taxas
de juros para poder pagar suas dívidas, ou o de países deixando a chamada zona
do euro e provocando uma dissolução da União Europeia (UE). O que será uma possível
queda da UE.
O déficit no orçamento grego, ou seja, a diferença entre o
que o país gasta e o que arrecada, foi, em 2009, de 13,6% do PIB, um dos
índices mais altos da Europa e quatro vezes acima do tamanho permitido pelas
regras da chamada zona do euro.
Na última década, a Grécia obteve gastos além do que sua receita pudera suprir, o que resultou na necessidade de pedir altos empréstimos e deixou a economia refém da crescente dívida. Foi como uma bola de neve, os gastos públicos foram às alturas e os salários do funcionalismo praticamente dobraram.
Devido o déficit econômico, os cofres públicos gregos foram se esgotando, afetando a receita através da evasão dos impostos. Deixou o país totalmente vulnerável quando o mundo foi afetado pela crise de 2008, que “enxugou” o crédito mundial e deixou a Grécia em dificuldades para controlar essa dívida.
Hoje, a dívida do país supera os
355 bilhões de euros e muitos investidores estão relutantes em emprestar mais
dinheiro ao país e exigem juros bem altos para os novos empréstimos, o que dificulta o refinanciamento da dívida.
No início de 2010, o país
recorreu a um pacote de ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União
Europeia. A ideia era dar à Grécia tempo para sanear sua economia, o que
reduziria os custos para que o país obtivesse dinheiro no mercado, o que ainda
não ocorreu. A previsão é que o país só tenha acesso aos mercados financeiros
no próximo ano.
O país teve, na última quarta-feira 29, uma media de austeridade aprovada pelo parlamento, ou seja, rigor no controle de gastos. (Para que entendam: uma política de austeridade é requerida quando o nível do déficit público é considerado insustentável e é implementada através do corte de despesas.).
A crise na Grécia pode se espalhar?
Fonte BCC
Os problemas podem se espalhar para a Irlanda e Portugal.
Mesmo sem uma moratória, ainda pode haver dificuldades, já que os pacotes de
resgate oferecidos a esses dois países foram estruturados para ajudar Lisboa e
Dublin até que seus governos fossem novamente capazes de obter dinheiro no
mercado - como no caso de Atenas.
O problema real diz respeito ao que acontecerá com a
Espanha, que só tem conseguido obter dinheiro no mercado a custos crescentes. A
economia espanhola equivale à soma das economias grega, irlandesa e portuguesa.
Seria muito mais difícil para a UE estruturar, caso seja necessário, um pacote
de resgate para um país dessa dimensão.
No Brasil
Fonte: G1.com
O risco de a Grécia não honrar suas dívidas pressiona a
bolsa brasileira a fechar a níveis baixos, se aproximando dos menores patamares
em um ano.
Diante de um cenário de incertezas obre o futuro da Grécia,
grande parte dos investidores estrangeiros, que representam aproximadamente um
terço do volume total negociado na Bovespa, acabam migrando para ativos mais
seguros, como os títulos do governo brasileiro, da dívida norte-americana ou
até mesmo para o franco suíço.