Segundo especialistas, todas as
classes sociais sofrem com o descaso do poder público
No âmbito das políticas sociais,
a nossa população possui certos problemas que sofrem com a pouca assistência do
poder público. Um deles é o saneamento básico. Trazendo essa realidade para o
Estado do Rio de Janeiro, vemos que há várias pautas para essas necessidades,
porém pouco administradas. A última pesquisa, feita em 2008, pelo Instituto
Trata Brasil, relata que, entre os 2003 e 2008, houve um avanço de 4,5% no
atendimento e de 14% no tratamento de esgoto nas 81 cidades acima de 300 mil
habitantes. Todavia, é válido salientar que em 2003 foi o reinício dos investimentos no setor de
saneamento básico, por ocasião da criação do Ministério das Cidades.
Segundo o presidente executivo do
Instituto Trata Brasil, Édison Santos, no que se refere ao saneamento básico, o
Rio de Janeiro possui um desafio imenso, “É uma das questões que irão exigir
mais atenção do Estado nos próximos anos, especialmente porque sediará a Copa
de 2014 e as Olimpíadas de 2016” ,
constata.
Baseado no Sistema Nacional de
Informação sobre Saneamento (SNIS 2008), do Ministério das Cidades, números
revelam que, das dez piores cidades do Brasil, quatro estão na baixada
fluminense. São elas: Nova Iguaçu, Belford Roxo, São João de Meriti e Duque de
Caxias. O que expõe a situação crítica do Estado do Rio de Janeiro. O
presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Santos, exemplifica o
problema, “basta lembra que o esgoto é a principal fonte de poluição da Baía de
Guanabara, ao qual deverá receber as competições de Iatismo das Olimpíadas de 2016” , ressalta.
Pode não parecer, mas a
existência de um saneamento básico saudável traz eficácias significativas para
toda população. A ausência desse setor
nas políticas publicas agrava a situação de muitas outras realidades, como a
saúde publica. Dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) e do Sistema
Único de Saúde (SUS) mostram que, na última década, cerca de 700 mil
internações hospitalares anuais foram oriundas de doenças relacionadas à falta
ou inadequação do saneamento. Com base na Organização Mundial da Saúde, Édison
Santos ratifica, “88% das mortes por diarréias no planeta são causadas por
condições precárias do saneamento básico”, diz.
As crianças são as grandes
vítimas das diarréias. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 84%
dessas enfermidades afetam crianças de faixa etária entre 2 e 5 anos. Um relatório da Organização Mundial de Saúde
(OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), feito em 2009,
aponta a diarréia como a segunda maior causa de óbitos da população infantil.
Estima-se anualmente 1,5 milhões de crianças morrem por doenças diarréicas provocadas
pela falta de saneamento básico. “No Brasil, as diarréias representam 80% das
doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado”, afirma Édison Santos.
Além do impacto na saúde da
população, a falta de saneamento provoca impactos na educação e na renda da
população. Segundo historiador e especialista em Sociologia Urbana, Rafael
Peçanha, “a falta de saneamento pode acarretar enfermidades que complicam o
acesso a educação e ao trabalho para populações de menor poder aquisitivo.
Também há Influencias nas condições de estudo e repouso necessárias e previstas
legalmente nas esferas trabalhista e educacional. Outro ponto ressaltado por
Rafael Peçanha é “a falta de estímulo da autoestima do cidadão, o que acentua a
exclusão social e impregna no indivíduo uma desconfiança de não fazer parte do corpo social de sua
cidade”, destaca.
Dados levantados por Édison
Santos apontam que, por ano, 217 mil
trabalhadores precisam se afastar de suas atividades, devido problemas gastrointestinais ligados à falta de
saneamento. “A cada afastamento perde-se 17 horas de trabalho, em média. A
probabilidade de uma pessoa com acesso à
rede de esgoto faltar as suas atividades por diarréia é 19,2% menor que
uma pessoa que não tem acesso nenhum. Por outro lado, o ter rede de esgoto é determinante, pois um
trabalhador aumenta sua produtividade em 13,3%, permitindo crescimento de sua
renda na mesma proporção”, profere Édison Santos.
A falta da rede de esgoto não
afeta necessariamente às áreas extremamente pobres, apesar de ocorrerem com
mais frequências nestas regiões. Em relação aos efeitos no mercado imobiliário,
uma pesquisa, feita pelo Instituto Brasil, constatou que o saneamento qualifica
o solo urbano, pois possibilita construções de maior valor agregado e a
valorização de construções existente. O que implica aumento do capital imobiliário
das cidades. “ À medida que aumenta o percentual da população com esgoto
coletado, os valores dos imóveis crescem
progressivamente. A universalização do
acesso à rede de esgoto pode trazer uma valorização média de 18% no valor dos imóveis”, acentua Édison
Santos.
Pode não parecer, mas o próprio
Estado sofre com a falta de investimento no saneamento Básico. A ausência
aumenta os custos do sistema de saúde e também com horas pagas e não
trabalhadas. Édison Santos afirma que, “por motivos de saúde, os funcionários
precisam se ausentar para cuidar dos filhos doentes ou porque eles próprios acabam contaminados pelos
esgotos a céu acerto. Como muitos destes trabalhadores são autônomos, perdem
renda diretamente”, afirma.
Segundo Rafael Peçanha, “o
investimento nesta área gera é um lucro a médio-longo prazo, no sentido de uma
valorização física e social de uma população que, além de ser mão-de-obra do
mercado num estado/município, é também produtora de arte, cultura e mobilização
social”, diz.
Outro setor que sofre com a falta
de saneamento básico é o turismo. Édison Santos aponta que “a falta de coleta
de esgotos também tem impacto brutal, uma vez que a falta destes serviços
afastam o turista das praias centrais
das cidades e leva-os para pontos
turísticos distantes, o que acaba gerando a necessidade do poder público
investir na construção de novas infraestruturas com rodovias, hotéis,
transporte público, etc.”, conlcui Édison.
RITA, PARABENS PELO SEU TRABALHO.
ResponderExcluirQUE DEUS CONTINUE A TE ILUMINAR...
ABRAÇOS....
KIKO...