domingo, 12 de dezembro de 2010

Soneto 151 - William Shakespeare


O amor é muito jovem para ter consciência: 

Embora quem desconheça que esta nasça do amor? 
Então, gentil mentiroso, não me apresses, 
Minha culpa decresce quão mais doce teu ser for.
Pois, se me traíres, trairei 
A parte mais nobre do meu corpo – 
Minha alma diz que ele 
Triunfará no amor; a carne prescinde da razão;
Mas, elevando-me ao teu nome, te transformo 
Em seu prêmio mais dileto. Orgulhoso disso, 
Contenta-se em carregar seu pobre fardo,
Impor-se aos teus casos, tombar ao teu lado. 
Prescindo de consciência para chamá-la 
De amor – amor por que me ergo e tombo.

William Shakespeare (Stratford-upon-Avon, Inglaterra, 23 de abril de 1564 - Stratford-upon-Avon, 23 de abril de 1616) 
Poeta e dramaturgo inglês. Mundialmente conhecido por suas peças de teatro (Hamlet, Romeu e Julieta, Otelo, Sonho de uma noite de verão, Henrique V e muitas outras), que atravessam os séculos sendo montadas e profundamente estudadas, publicou 154 sonetos, com primeira edição datada em 1609. Os poemas foram vertidos para o português em diversas ocasiões, aqui, a tradução escolhida é a de Thereza Christina Rocque da Motta.

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