O polêmico WikiLeaks, site
especializado em publicar documentos secretos de governos e instituições
privadas, começou divulgar, desde o dia 28 de novembro, os 251.287 telegramas
de diplomatas americanos emitido dentro do Departamento de Estado e de 274
embaixadas e consulados.
Lançado em dezembro de 2006, o
site objetiva veicular, (tendo como fontes exclusivas: documentos, fotos e informações confidenciais
vazadas de governos ou empresas), assuntos sensíveis dos bastidores da política
mundial. O portal não mede esforços em atacar os grandes líderes de Estado.
As revelações bombásticas do site
atacam, principalmente, países como EUA e Reino Unido; publica revelações de
abusos nas guerras do Iraque e Afeganistão; e desmascara desavenças nas
relações entre EUA e os demais países. Segundo o criador do site, o jornalista
Julian Assage, o fundamento do portal é fornecer, de maneira inovadora segura e
anônima, informações para os grandes veículos de comunicação do mundo. “Nós
publicamos material de valor ético, político e histórico, mantendo a identidade
das fontes anônimas, proporcionando assim um caminho universal para a revelação
de injustiças reprimidas e censuradas”, diz
Julian Assage.
Por certo, o site vem trazendo desconfortos para muitos Chefes de Estado,
como por exemplo, a Secretaria de Estado dos EUA, Hillary Clinton. “Estado
mental e saúde: como o estresse afeta seu comportamento e sua capacidade de
tomar decisões? Quais providências estão sendo tomadas por Cristina e seus
assessores para ajudá-la a lidar com o estresse? Ela toma medicamentos? ” comenta
Hillary, em telegrama enviado à
embaixada de Buenos Aires. É notável que a crítica de Hillary, feita a presidente da Argentina, Cristina Kirchner,
não agradou, nenhum pouco, tanto a presidente quanto seus sucessores.
Pela primeira vez, as denuncias
do site ecoou no Brasil. Fez revelações
significativas sobre a opinião dos EUA em relação à conduta dos líderes
brasileiros, por ocasião da ausência de mobilizações contra o terrorismo. Os
EUA veem no governo Lula pouca disposição para criar legislação contra o
terrorismo. Segundo os americamos, o
Brasil ajuda prender, em seu território, suspeitos de ligações com grupos
extremistas; o governo brasileiro se
recusa a tipificar crimes de terrorista para não “estigmatizar” a comunidade
árabe ou manchar sua imagem turística; O Itamaraty, dizem os diplomatas, tem
uma “tendência antiamericana”; O plano nacional de Defesa é definido como vago,
e o submarino nuclear, antigo sonho da Marinha, é chamado de “elefante branco”;
e a preocupação com a proteção da Amazônia é classificada como uma “tradicional
paranóia brasileira”. Essas são algumas afirmações feitas, pelo embaixador
americano em Brasília, Clifford Sobel, segundo um dos telegramas vazados da Casa
Branca.
Para o presidente Lula, os
vazamentos do WikiLeaks são tão insignificantes que não merecem ser levados a
sério, mas os jornalistas afirmam que o semblante do presidente não é dos
melhores ao retratar o caso. Para muitos, esse depoimentos não atrapalhará as
relações diplomáticas entre os Países, mas todos acreditam não ser tão
insignificantes assim. Basta ver como o governo americano duplicou esforços
para enquadrar Julian Assage, o criador do site.
A postura de Julian Assage, que
há quatro anos faz explícitas denúncias sobre diversos governos, trouxe a tona
uma polêmica nos bastidores das redações jornalísticas brasileiras. A análise é
se a atitude de Julian Assage é ética ou
não. Muitos acreditam que as revelações de Assage poderiam ser mais lapidadas e
não ressaltadas de forma grosseira, e na íntegra, como vem sendo feito.
No editorial da Revista Época (leia: editorial e matéria), da
última semana, o diretor de Redação Helio Gurovitz faz críticas pesadas ao
site. “O WikiLeaks não se destaca pelo tratamento dado ao conteúdo, divulgado
sem critério nem edição. Ele tem, porém, a pretensão de abrir uma nova
fronteira no jornalismo, ao oferecer a descontentes a possibilidade de fazer
denuncias anônimas”, diz Gurovitz. Há uma controvérsia: se o objetivo do
WikiLeaks é munir o jornalismo mundial de informações à respeito dos bastidores
das cúpulas dos principais países, é notável que o objetivo dele vem sendo alcançado.
Em nota, dada ao Jornal O Estado
de São Paulo, A Organização das Nações Unidas (ONU) classifica de
"censura" a intimidação feita por governos e empresas contra o
WikiLeaks. “A ONU ratifica que apenas tribunais poderiam julgar se os
documentos que o grupo divulgou ferem ou não alguma lei de segurança nacional.
Qualquer outra medida contra o grupo ou seu fundador, poderá ser considerada
“intimidação e pressão”, alerta Navi Pillay, alta comissária de Direitos
Humanos da ONU.
Manifesto do presidente Lula à favor do site WikiLeak
Manifesto do presidente Lula à favor do site WikiLeak
Nenhum comentário:
Postar um comentário