Um das coisas que mais impressionam neste movimento dos bombeiros é a rápida e convicta adesão popular. A onda vermelha virou febre, e contagiou taxistas, atores, religiosos, mães, aposentados...
Tomou conta.
E não perde a força.
Sem entrar nos méritos políticos, este enredo traz personagens muito claros, e espectadores absolutamente voluntariosos.
De um lado, o poder e a autoridade. De outro, uma categoria cujo ofício é salvar vidas, se arriscar nos momentos mais dramáticos pelo outro, esquecer dos perigos.
Esquecer de si mesmo.
Em todo o mundo, a classe dos bombeiros é reverenciada. É como uma instituição acima do bem e do mal. Enfrenta catástrofes em nome da humanidade. Às vezes, dá a sua própria vida para salvar outra.
De certa forma, o bombeiro e seu ofício nos mostra o verdadeiro tamanho da vida.
Todos temos um bombeiro dentro de nós. E nós o encontramos quando temos que buscar forças para encarar nossos incêndios pessoais.
Ele nunca nos abandona.
Por isso, é impossível abandoná-lo.
Este movimento se transformou num fenômeno coletivo de empatia imediata e irresistível. Muito além de briguinhas políticas, hierárquicas e estratégicas.
É uma luta que não está apenas em comícios e em negociações. Está também dentro de nós.
A fitinha vermelha é só uma forma de amarrar estes dois mundos.
por Deborah Lannes
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