quinta-feira, 30 de junho de 2011

MUNDO: Entenda a crise na Grécia



O colapso, que evolui desde 2008, vem provocando na Grécia uma revolta nacional. O país, com apenas 11 milhões de habitantes - número menor que a população da cidade de São Paulo, beirando seus 19 milhões de cidadãos -, está em uma absoluta crise financeira, a ponto de cometer um default (calote) e deixar países da União Europeia(UE), como Portugal e Espanha, em péssimas complicações, podendo atingir até a economia mundial.                     

Especialistas prevêem cenários, como o de vários países sendo forçados a cortar drasticamente os seus gastos públicos e elevando taxas de juros para poder pagar suas dívidas, ou o de países deixando a chamada zona do euro e provocando uma dissolução da União Europeia (UE). O que será uma possível queda da UE.

O déficit no orçamento grego, ou seja, a diferença entre o que o país gasta e o que arrecada, foi, em 2009, de 13,6% do PIB, um dos índices mais altos da Europa e quatro vezes acima do tamanho permitido pelas regras da chamada zona do euro.

Na última década, a Grécia obteve gastos além do que sua receita pudera suprir, o que resultou na necessidade de pedir altos empréstimos e deixou a economia refém da crescente dívida. Foi como uma bola de neve, os gastos públicos foram às alturas e os salários do funcionalismo praticamente dobraram.  

Devido o déficit econômico, os cofres públicos gregos foram se esgotando,  afetando a receita através da evasão dos impostos. Deixou o país totalmente vulnerável quando o mundo foi afetado pela crise de 2008, que “enxugou” o crédito mundial e deixou a Grécia em dificuldades para controlar essa dívida.

Hoje, a dívida do país supera os 355 bilhões de euros e muitos investidores estão relutantes em emprestar mais dinheiro ao país e exigem juros bem altos para os novos empréstimos, o que dificulta o refinanciamento da dívida.

No início de 2010, o país recorreu a um pacote de ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia. A ideia era dar à Grécia tempo para sanear sua economia, o que reduziria os custos para que o país obtivesse dinheiro no mercado, o que ainda não ocorreu. A previsão é que o país só tenha acesso aos mercados financeiros no próximo ano.

O país teve, na última quarta-feira 29, uma media de austeridade aprovada pelo parlamento, ou seja, rigor no controle de gastos. (Para que entendam: uma política de austeridade é requerida quando o nível do déficit público é considerado insustentável e  é implementada através do corte de despesas.). 

A crise na Grécia pode se espalhar?
Fonte BCC

Os problemas podem se espalhar para a Irlanda e Portugal. Mesmo sem uma moratória, ainda pode haver dificuldades, já que os pacotes de resgate oferecidos a esses dois países foram estruturados para ajudar Lisboa e Dublin até que seus governos fossem novamente capazes de obter dinheiro no mercado - como no caso de Atenas.


O problema real diz respeito ao que acontecerá com a Espanha, que só tem conseguido obter dinheiro no mercado a custos crescentes. A economia espanhola equivale à soma das economias grega, irlandesa e portuguesa. Seria muito mais difícil para a UE estruturar, caso seja necessário, um pacote de resgate para um país dessa dimensão.

No Brasil
Fonte: G1.com

O risco de a Grécia não honrar suas dívidas pressiona a bolsa brasileira a fechar a níveis baixos, se aproximando dos menores patamares em um ano.


Diante de um cenário de incertezas obre o futuro da Grécia, grande parte dos investidores estrangeiros, que representam aproximadamente um terço do volume total negociado na Bovespa, acabam migrando para ativos mais seguros, como os títulos do governo brasileiro, da dívida norte-americana ou até mesmo para o franco suíço.    

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