quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Dilma Rousseff enfatiza que controle de conteúdo é um acidente à liberdade de imprensa


A presidente eleita Dilma Rousseff afirma que não é favorável as medidas que monitoram os conteúdos veiculados por meios de comunicação. Em entrevista concedida a TV Bandeirantes, na última terça-feira (02/11), Dilma declarou: "O controle social da mídia, se for de conteúdo, é um absurdo. É um acidente à liberdade de imprensa. Não compactuo com isso. Se chegar à minha mesa qualquer tentativa de coibir a imprensa no que se refere à divulgação de idéias, propostas, opiniões, tudo o que for conteúdo, é o que eu falei: o barulho da imprensa é infinitas vezes melhor do que o silêncio das ditaduras".

De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, a petista ressaltou que existem diferenças entre o controle social da mídia e a criação de um marco regulatório: "Todo país regulamenta a participação do capital estrangeiro nas suas mídias, por exemplo. Teremos de regular de alguma forma também a interação entre as mídias".

Para a presidente, a criação de um marco regulatório teria que "permitir adaptações" que incluíssem novas mídias, como a Internet. "Você não pode ter um marco regulatório que desconheça a banda larga. Se você vai poder ou não fazer televisão e em que condições. Isso o Brasil vai ter de regular minimamente. Até porque tem casos em que, se não se faz isso, deixa que haja uma concorrência desproporcional entre diferentes organismos", declarou.

Na última quinta-feira (28), presidente eleita afirmou que é contra o monitoramento de conteúdo editorial dos veículos de comunicação, após ter sido questionada sobre projetos de criação de conselhos estaduais para a fiscalização da mídia. Para Dilma, um país que abre mão da valorização da liberdade de imprensa e de expressão "perde a sua capacidade política e perde, inclusive, uma das coisas fundamentais, que é a esperança de milhares de jovens brasileiros.".

No final de outubro, a Assembleia Legislativa do Ceará aprovou a criação de um Conselho de Comunicação Social (Cecs), para fiscalizar e monitorar os veículos de comunicação locais, além de ter o poder de efetuar denúncias de desvio de conduta ética das empresas ao Ministério Público.

A criação dos Cecs foi recomendada durante a Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), realizada em dezembro de 2009 por iniciativa do governo federal. Outros Estados brasileiros, como Minas Gerais, Bahia, Piauí e Alagoas possuem projetos semelhantes ao cearense.

Em seu primeiro discurso como presidente eleita, no último domingo (31), Dilma destacou a importância dos meios de comunicação e prometeu que, em seu governo, a liberdade de imprensa está garantida: "Eu vou zelar pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa, pela mais ampla liberdade religiosa e de culto".

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