quinta-feira, 4 de novembro de 2010

MEC insulta cultura do País ao banir obra histórica de Monteiro Lobato


O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, cobrou hoje que o Ministério da Educação reveja imediatamente a decisão de banir das escolas públicas brasileiras a leitura do livro "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato, por considerá-lo racista.

Não só o Ophir Cavalcante, como toda população, que considera a obra de Monteiro Lobado um clássico brasileiro da arte literária, mostra-se indignado com tal atitude. Não podemos permitir que o conteúdo da obra que retrata as aventuras de Narizinho, Tia Anastácia, Dona Benta, Emília e o Visconde de Sabugosa seja considerado preconceituoso e racista.

A primeira publicação do livro de Monteiro Lobato foi em 1933. A obra, como de muitas outras do autor, nos ensinou a magia da leitura e o interesse continuo pela mesma. É preciso que os professores expliquem o conteúdo da história aos alunos e não deter que milhares de meninos e meninas se encantem pela leitura. 

A seguir, a íntegra da manifestação feita pelo presidente nacional da OAB:

"O livro "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato, foi recentemente banido das escolas públicas por recomendação do Conselho Nacional de Educação, do Ministério da Educação. O motivo: tornou-se perigoso demais para as crianças.

O conteúdo da obra, pasmem, foi considerado preconceituoso; o universo de fantasia habitado pelos cativantes personagens de Narizinho, Tia Anastácia, Dona Benta, Emília e o Visconde de Sabugosa, foi rotulado de racista.

Nós que nos sentimos filhos literários do autor do "Sítio do Pica-Pau Amarelo", cuja sensibilidade indicou que um País se faz com homens e livros, não podemos aceitar tamanho absurdo. É um duplo insulto: à cultura nacional e à memória de um grande brasileiro.

A decisão recente, em meio à campanha eleitoral, não recebeu a devida atenção da opinião pública, motivo pelo qual acho oportuno trazê-la para conhecimento desta platéia. É um exemplo do dano que o Estado, inadvertidamente, pode causar à causa da liberdade de expressão.

Nesta toada, estaremos perigosamente retroagindo à era sombria dos "Index Librorum Prohibitorum". O Ministério da Educação precisa rever essa decisão e deve desculpas ao País, não sendo aceitável que apresente uma mera justificativa."

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