O
presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir
Cavalcante, cobrou hoje que o Ministério da Educação
reveja imediatamente a decisão de banir das escolas públicas
brasileiras a leitura do livro "Caçadas de Pedrinho",
de Monteiro Lobato, por considerá-lo racista.
Não
só o Ophir Cavalcante, como toda população, que
considera a obra de Monteiro Lobado um clássico brasileiro da
arte literária, mostra-se indignado com tal atitude. Não
podemos permitir que o conteúdo da obra que retrata as
aventuras de Narizinho, Tia Anastácia, Dona Benta, Emília
e o Visconde de Sabugosa seja considerado preconceituoso e racista.
A
primeira publicação do livro de Monteiro Lobato foi em
1933. A obra, como de muitas outras do autor, nos ensinou a magia da
leitura e o interesse continuo pela mesma. É preciso que os
professores expliquem o conteúdo da história aos alunos
e não deter que milhares de meninos e meninas se encantem pela
leitura.
A seguir,
a íntegra da manifestação feita pelo presidente
nacional da OAB:
"O
livro "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato, foi
recentemente banido das escolas públicas por recomendação
do Conselho Nacional de Educação, do Ministério
da Educação. O motivo: tornou-se perigoso demais para
as crianças.
O
conteúdo da obra, pasmem, foi considerado preconceituoso; o
universo de fantasia habitado pelos cativantes personagens de
Narizinho, Tia Anastácia, Dona Benta, Emília e o
Visconde de Sabugosa, foi rotulado de racista.
Nós
que nos sentimos filhos literários do autor do "Sítio
do Pica-Pau Amarelo", cuja sensibilidade indicou que um País
se faz com homens e livros, não podemos aceitar tamanho
absurdo. É um duplo insulto: à cultura nacional e à
memória de um grande brasileiro.
A decisão
recente, em meio à campanha eleitoral, não recebeu a
devida atenção da opinião pública, motivo
pelo qual acho oportuno trazê-la para conhecimento desta
platéia. É um exemplo do dano que o Estado, inadvertidamente, pode causar à causa da liberdade de
expressão.
Nesta
toada, estaremos perigosamente retroagindo à era sombria dos
"Index Librorum Prohibitorum". O Ministério da
Educação precisa rever essa decisão e deve
desculpas ao País, não sendo aceitável que
apresente uma mera justificativa."
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