No próximo sábado 2, às 14, mulheres cariocas reunirão, na Praia
de Copacabana, Rio de Janeiro, para uma marcha bastante irreverente. Nomeada “Marcha
das Vadias”, o protesto pretende levantar voz contra os maus tratos, assédios e
estupros contra as mulheres.
Muitas mulheres são agredidas, simplesmente, pelas opções de
vestimentas e de comportamento e por motivos simples, são criticadas
grotescamente, quando não são agredidas. Elas (líderes do protesto), por sua
vez, nomearam o manifesto com o pejorativo mais rotineiro - assim como em países
da Europa, da América Latina e nos Estados Unidos, onde a marcha já acontece - escolhido
justamente para criticar a rotulação de adjetivos baixos como o de "vadia" e muitos outros dada a essas mulheres.
- Às vezes as
mulheres com certos tipos de comportamento não são bem vistas pela sociedade,
como algumas que bebem muito ou falam alto. Não tem só a ver com a sexualidade
esse rótulo. As pessoas separam mulheres em "decentes" e "não decentes".
Decente deve ser uma pessoa honesta, e não uma que tem comportamento 'x' ou
'y'. O que é ser vadia? Por que as mulheres são divididas em santas e vadias?
Por que a sexualidade recebe rótulos? - diz Daniela Montper, uma das mulheres à
frente da iniciativa no estado.
A primeira "Marcha das Vadias" aconteceu em fevereiro de 2011
no Canadá, como protesto de estudantes da universidade de Toronto contra a
infeliz afirmação de um policial, em palestra sobre segurança no campus. Ele
sugeriu que as estudantes evitassem se vestir como "vadias", para não
serem vítimas de assédio sexual. "A “Marcha das Vadias” busca conscientizar e
sensibilizar a sociedade no debate da questão do estupro", afirma Daniela.
A expectativa para sábado, segundo Daniela, é de cerca de 2
mil mulheres. Quem se interessar em participar da manifestação pode entrar no
blog da Marcha das Vadias do Rio de Janeiro e saber mais informações, inclusive
sobre o transporte.
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